1º - O REDEMOINHO NÃO LEVA O PILÃO - PROGRAMA PÚBLICO PRESENÇA NEGRA NO MARGS - 2022

Processo: 00080/2022 | Data de entrada: 11/02/2022 | Situação atual: Arquivado - Por solicitação
Produtor cultural: SM ABREU PRODUÇÕES ME.

Área/Segmento cultural: ARTES VISUAIS: Artes plásticas

Local de realização: PORTO ALEGRE

Página na Internet: https://www.margs.rs.gov.br

Identificação:

O projeto visa à realização da exposição de arte “O redemoinho não leva o pilão”, a se realizar no primeiro semestre de 2022, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), com o objetivo de debater e propor a reflexão, junto à comunidade, sobre a presença e a representatividade de artistas negros e negras no acervo do Museu e no sistema de arte, como um todo. A exposição atende aos propósitos e encerra o Programa Público Presença Negra no MARGS, desenvolvido ao longo do ano de 2021 pelo Núcleo Educativo e de Programa Público do Museu de Arte do Rio Grande do Sul, envolvendo uma série de ações: seminários, palestras, conteúdo digital, curso de formação com intelectuais do pensamento negro, como artistas, teóricos/as, pesquisadores/as, curadores/as e agentes de movimentos sociais. A mostra contará com curadoria de Igor Simões e Izis Abreu, dois pesquisadores negros que vêm sendo referência no urgente e necessário debate sobre as questões raciais e de racialização no campo das artes, sobretudo no atual momento de revisão de processos históricos que vêm sendo seriamente questionados. Contará, ainda, com a assistência curatorial de Caroline Ferreira. A exposição reunirá trabalhos que integram o Acervo Artístico do MARGS e de outros acervos públicos e privado do Estado, assim como apresentará obras de artistas emergentes da arte contemporânea no Rio Grande do Sul, produzidas exclusivamente para o acervo do MARGS, em uma residência artística que antecede a mostra e que tem como intenção aumentar a presença de artistas negros e negras no acervo da instituição, dando a ver um conjunto extenso e plural de produção artística de autoria negra. Também terá a presença de artistas que possuem uma produção significativa no campo artístico, porém ainda carecem do devido reconhecimento pelo sistema oficial das artes visuais. Compondo a programação da exposição, será organizado um Programa Público, junto ao Núcleo Educativo e de Programa Público do MARGS, composto por visitas mediadas (67), visitas mediadas em Libras (03), Seminários (5), Oficinas Artísticas (5), Aceleração Poética (1) e produção de Catálogo da exposição (1.000), destinado especialmente a professores e educadores. A exposição resultará de um profundo exame e revisão de caráter crítico-histórico sobre o Acervo Artístico do MARGS — desde sua formação iniciada em 1954, até os dias atuais —, abordando a produção, a trajetória e as obras de artistas negros e negras que vieram a integrá-lo ao longo desse processo histórico que se quer compreender e discutir. Neste viés, converge com o conjunto de projetos que o MARGS vem desenvolvendo por meio do Programa Público Presença Negra no MARGS, que por sua vez se insere nas ações da Secretaria de Estado da Cultura (SEDAC) no âmbito do “Ano do Cinquentenário do 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra”, instituído em decreto de 13.05.21 pelo Governo do Estado do RS. Assim, a exposição pretende ser, em 2022, o ponto de culminância desse Programa, que ao longo do ano de 2021 já realizou uma série de ações sobre o tema, como conferências, seminários, grupo de estudos, curso sobre pensamento negro e uma série de pesquisas e conteúdos sobre artistas negros e negras presentes no Acervo Artístico do Museu, envolvendo teóricos/as, pesquisadores/as, curadores/as e intelectuais negros/as e do pensamento negro no Brasil, incluindo agentes de movimentos sociais e ONGs. A exposição estará localizada nas Pinacotecas, Galeria Aldo Locatelli e Salas Negras do MARGS. Compreende o período de 14 de maio a 28 de agosto, perfazendo um total aproximado de 90 dias. O público visitante estimado é de 29.802 mil pessoas, tomando como parâmetro o mesmo período no ano de 2019, segundo dados dos registros oficiais do Museu. No entanto, é preciso considerar as exceções impostas pelo atual contexto no que diz respeito às medidas de segurança e prevenção ao Covid-19, determinadas pelos órgãos governamentais e pela própria instituição, de modo que este público poderá ser reduzido. No seminário presencial, espera-se atingir 58 pessoas, por encontro, alcançando um total de 290 pessoas ao longo de cinco edições. Além disso, as palestras serão gravadas e inseridos no Youtube do MARGS, podendo atingir um público exponencialmente maior. Nas visitas medidas, a expectativa é de 2010 visitantes ao longo dos três meses. Cabe ressaltar, que em caso de agravamento da pandemia, este número poderá ser reduzido atendendo aos protocolos sanitários vigentes. Com a exposição e seu Programa Público pretende-se tencionar e sensibilizar o sistema das artes no Rio Grande do Sul sobre a relevância de se debater e buscar soluções que promovam a equidade racial em todas as suas instâncias, de forma permanente. Com as mediações e ações educativas objetiva-se produzir conhecimento e pensamento crítico a partir da reflexão sobre as intersecções entre arte e raça, visando instigar nos públicos uma consciência antirracista. Com as medidas de democratização, busca-se ampliar o acesso universal ao patrimônio cultural e à produção do sensível, por meio de entrada gratuita e ações de acessibilidade para pessoas com deficiência. Espera-se ainda, em razão do tema da exposição, atingir públicos que habitualmente não frequentam exposições de arte, como, por exemplo, populações periféricas e racializadas, que muitas vezes não se sentem representadas em museus, intuições historicamente consideradas elitistas. Com as ações de divulgação e produção de conteúdos virtuais, por meio de assessoria de imprensa e das redes sociais, site e demais plataformas utilizadas pelo MARGS, espera-se ampliar as possibilidades de alcance das discussões promovidas pela exposição junto à sociedade. Na perspectiva econômica, a exposição contribuirá para o fomento da economia cultural através da contratação de profissionais da área cultural, conforme apontado na planilha de custos.