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1ª SEMANA MUNICIPAL DO TROPEIRO - 2022

Processo: 22/1100-0001591-5 | Data de entrada: 12/05/2022 | Situação atual: Informação ao Proponente
Produtor cultural: CTG PRESILHA DO PAGO DA VIGIA

Área/Segmento cultural: TRADIÇÃO E FOLCLORE

Local de realização: SANTA BÁRBARA DO SUL


Identificação:

O tropeirismo é um fenômeno mundial, que aparece na época em que o principal meio de transporte para vencer as distâncias era a tração animal. A atividade tropeira pertence à época das trilhas em lugar das estradas, quando os rios eram vadeados nos passos e a produção dos agricultores precisava ser transportada a distantes centros consumidores. (FLORES, 1991, p.05) O tropeirismo em Santa Bárbara do Sul teve início ainda na época das Missões jesuíticas, quando os padres esconderam o gado da região das Missões nas Vacaria dos Pinhais. Como era necessário alimentar a população das Reduções, frequentemente os missioneiros iam até Vacaria dos Pinhais buscar o gado para o abate e passavam pelos campos de Santa Bárbara, localizados no dorso da Coxilha Grande. Devido a topografia plana e a ausência de rios caldosos, a região de Santa Bárbara do Sul, ainda no século XVIII, foi um corredor de tropas durante o ciclo do tropeirismo jesuítico-guarani. Com a Conquista das Missões em 1801 e apropriação do gado das reduções, começam o movimento de tropeiros “paulistas”² na região, pouco povoada, habitada somente por índios kaingang nos matos castelhano e português. No ano de 1816, foi realizada uma Expedição denominada “Vereda das Missões” empreendida pelo Alferes Atanagildo Pinto Martins, com o objetivo abrir novas rotas que ligasse a região missioneira aos centros consumidores. Quando atingiu os campos e Chapecó, Atanagildo decide desviar o caminho pretendido mais a Leste em direção a Campos Novos, para evitar o confronto com os índios do Goio-En. Acaba encontrando a antiga estrada das Missões utilizada pelos missioneiros para alcançar a Vacaria dos Pinhais. Após esta expedição, a antiga trilha das Missões (ente Cruz Alta e Vacaria) usada pelos índios guaranis para transportar o gado e abastecer as Missões, torna-se um intenso corredor de tropas rumo a São Paulo. Mas,somente a partir da década de 1820, com a fundação da Vila do Divino Espírito Santo da Cruz Alta, que os campos nativos da região de Santa Bárbara são apropriados por militares e tropeiros paulistas, para a formação de estâncias pastoris dedicadas a criação de muares que seriam comercializadas na Feira de Sorocaba. Destacamos três fazendeiros que se apropriaram de grandes extensões de terras na região de Santa Bárbara por despacho do Comandante Geral das Missões. São eles: Manoel José da Encarnação, Joaquim Thomas da Silva Prado e Atanagildo Pinto Martins. Um dos primeiros povoadores paulistas a se instalarem na região de Cruz Alta foi o fazendeiro Manoel José da Encarnação, o qual se apropriou de extensas áreas de terras nos atuais municípios de Panambi, Santa Bárbara do Sul, Palmeira das Missões e Cruz Alta. As terras de Encarnação limitavam-se com as de Atanagildo Pinto Martins e Joaquim Thomaz da Silva Prado, ambos compunham a elite política de Cruz Alta e integraram a primeira legislatura da Câmara de Vereadores, em 1834. A vizinhança entre estes três grandes fazendeiros “possibilitou relações comerciais e de parentesco entre eles, mas também de conflito em função de discordância nas divisas das terras” (NASCIMENTO, 2007, p.26). Dentre os migrados para o Sul, o tenente-coronel Joaquim Thomaz da Silva Prado “membro de família ilustre paulista”, se estabeleceu em Cruz Alta e apossou se de grandes áreas de campo, “obtidos por despacho do comandante da fronteira em 1825” (ZARTH, 1997,p.53) e “levaria suas divisas além da Corticeira, se não lhe sai ao embargo o velho Manoel da Encarnação” (SILVEIRA, 1909, p. 325). A área de Litígio denominada “Corticeira”, situa-se no atual município de Santa Bárbara do Sul. O Major Atanagildo Pinto Martins se apropriou de áreas em Cruz Alta, Santa Bárbara do Sul e Palmeira das Missões. Suas terras limitavam-se com as de Manoel José da Encarnação e com a propriedade de seu irmão Rodrigo Félix Martins (atual município de Carazinho), bem como, de seu outro irmão Francisco de Paula Pinto, com as terras de seu genro e Vitor Antonio Moreira e seus enteados Joaquim Fortunato do Amaral e José Egipto do Amaral (estes últimosem Palmeira das Missões). Foi nesta época que o Major Atanagildo Pinto Martins formou a Fazenda Santa Bárbara origem do atual município. (NASCIMENTO, 2007, p. 30). O Barão de Antonina, João da Silva Machado, um dos maiores tropeiro de mulas do país, também tinha campos em Santa Bárbara para criação e invernada de muares. A partir da década de 1850, com o desaparecimento dos pioneiros e a introdução da Lei de Terras de 1854, as terras passam a ter outros proprietários, como é o casO dos campos que pertenceram Tenente-coronel Joaquim Thomas da Silva Prado, falecido em 1856, que foram adquiridas pela família Amado e Dumoncel. João Ferreira Amado, natural da Lapa, afamado tropeiro de mulas³ e seus filhos Jeremias, Domingos, Therézio e Belizário, importavam mulas da Argentina e do Uruguai, invernavam-nas nos campos de Santa Bárbara e as levavam para serem comercializadas na Feira de Sorocaba, em São Paulo. Na região dos Campos Gerais, atual estado do Paraná, havia um “entreposto”, para a recuperação das tropas vindas do Sul. Essa região contava com um grande número de fazendas para engorda de gado e campos de aluguel. A importância do TROPEIRISMO para a formação do nosso estado e a comunicação com o centro do pais. Através do tropeiro tivemos a formação de cidades e conjuntamente toda um contexto histórico que deve ser preservado para que não perdemos nossas raizes culturais. O projeto que apresentamos é relevante para a cultura local, bem como para todo nosso estado. Desenvolver temáticas como: a Tropas, Tropeiros eTropeirismo: um movimento que transformou o Brasil, preparar um curriculo base para formação e orientação de professores municipais para que o tema seja inserido no currículo pedagógico no município, reforçando as bases da cultura local. Realização do 1 Semana Municipal do Tropeiro, em Santa Barbara do Sul Palestras de qualificação de professores e cidadãos, Tropeada Histórica e gravação de um documentário, Lançamento do Livro História do Tropeirismo em Santa Bárbara do Sul.

  Período de realização: a  
Valor aprovado: R$ 77.300,00  Vigência da captação: 22/02/2023  
   
Valor captado: R$ 0,00  
Valor liberado: R$ 0,00  
Valor autorizado para execução: R$ 77.300,00  
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