2ª FASE DO RESTAURO DO CONSERVATÓRIO DE MÚSICA DA UFPEL

Processo: 22/1100-0002677-1 | Data de entrada: 03/08/2022 | Situação atual: Readequação aprovada
Produtor cultural: Josiele Pereira Castro

Área/Segmento cultural: PATRIMONIO CULTURAL MATERIAL

Local de realização: PELOTAS

Página na Internet: Instagram

Identificação:

O presente projeto busca o segmento das ações de restauro e adequação do sobrado que há 104 anos abriga o Conservatório de Música. Trata-se de um prédio construído entre 1832 e 1835, com tombamento municipal (1985) e federal (2018), sendo a instituição reconhecida como Patrimônio Cultural do Estado (2004). Visa ser a segunda parte da recuperação do imponente palacete, pretendendo ser mais um passo importante para garantir as demais etapas da sua total revitalização e resolução dos diversos problemas estruturais advindos da ação do tempo. Problemas estes, a exemplo de seu telhado, que quase resultaram na interdição do prédio em 2015 e, como consequência, a quase perda da sede da instituição, porém, mediante o Restauro Inicial do mesmo, via LIC/RS, está em solução, juntamente com a conservação curativa de suas fachadas, também em trâmite no mesmo processo. No presente projeto, trata-se do segmento dos restauros do prédio do Conservatório de Música da UFPEL, onde serão restauradas suas aberturas (em sua totalidade, onde são 23 de madeira e 20 de ferro), sacadas (13 sacadas) e será instalado elevador para dar acesso ao seu segundo pavimento, assim como haverá instalação de rampa de acesso da rua para seu interior, medida necessário para proporcionar acessibilidade ao prédio. A instituição sediada no prédio em tela é intimamente ligada ao mesmo, de tal forma que, o bem cultural que se enxerga e sente é composto por um bem material e imaterial que somam um todo da identidade e história da sociedade pelotense. De um lado, um palacete erguido pelo Visconde de Jaguari, Domingos de Castro Antiqueira, onde, em fevereiro de 1846 hospedou-se o imperador Dom Pedro II e Dona Tereza Cristina. Foi adquirido em 1867 por Dona Zeferina Maria Gonçalves da Cunha, viúva de José Inácio da Cunha, ficando a herança, após seu falecimento em 1886,para as filhas Teresa, Umbelina e Maria Praxedes. Na sequência, uma terça parte da casa ficou para sua neta, Dona Francisca Umbelina Flores Castel (filha de Umbelina da Cunha Flores); outra para o Tenente Coronel Joaquim Rasgado (viúvo de Maria Praxedes da Cunha Rasgado) e a terceira para as netas Firmiana e Natália (filhas de Teresa da Cunha Braga). Em 1908, Francisca vende sua parte para Eduardo Augusto de Menezes e Álvaro Braga vende para Tibério Teixeira de Lima, e, em 1918 o prédio é cedido para a fundação do Conservatório de Música de Pelotas, onde funciona até hoje. Por outro lado a continuidade de sua história como prédio do Conservatório de Música da UFPEL, que abrigou, entranhado em suas paredes, uma instituição de ensino de música que refletiu e expressou o crescimento e evolução cultural de uma sociedade. É orgulho da população pelotense ao passar das gerações, tendo atuado, em sua trajetória temporal, inúmeras figuras de grande importância histórica e musical. O prédio em tela é símbolo de imponência e conhecimento, permeado pela magia dos cantos e melodias que ressoam por suas janelas do segundo andar e transitam pelas almas das pessoas que passam pelas ruas Padre Anchieta, Sete de Setembro e Félix da Cunha. E, quando a proponente escreve o presente parágrafo, não pode deixar de citar que, pela vez mais clara na vida, entende o que é a construção do próprio ser com o meio que se vive. É remetida a lembrar de inúmeros momentos em que, na tenra idade, passava pelo prédio e escutava a música que de lá sempre saía. Era algo mágico, parte do cotidiano. Agora, fazer parte de sua preservação é uma honra muito grande em sua vida. Concluindo, entendo que esse belo prédio é componente da magia cotidiana do povo pelotense, o bastante para marejar os olhos (para não admitir que chorei ao escrever) ao entender o quão profunda é sua participação na construção da nossa identidade. Este projeto é possuidor de Plano de Educação Patrimonial, por meio de chamamento de escolas públicas para conhecer o prédio e sua história durante as obras de restauro, de forma a que entendam a importância da preservação desse patrimônio material e imaterial, através de explicação sobre a história e o funcionamento da instituição, ministrada por integrantes do Conservatório de Música da UFPEL, assim como por participantes do projeto. Todo o presente restauro será registrado por drone e por câmeras, produzindo material audiovisual sobre o projeto. Dessa forma, à medida em que as filmagens forem sendo liberadas no YouTube ou em outras plataformas da proponente, a comunidade poderá acompanhar as etapas dessa importante obra de restauro, bem como, ao final, uma coletânea audiovisual das filmagens. E, por fim, dentro das ações a serem realizadas, haverá a distribuição (como plano de divulgação) de 1.500 kits de absorventes (identidade visual do projeto na sacola de cada kit) com absorventes femininos para escolas no município de áreas vulneráveis, buscando, além de levar a marca do projeto, realizar uma ação de conscientização sobre a importância do enfrentamento à pobreza menstrual.