CAMINHOS DE PROUST

Processo: 22/1100-0001867-1 | Data de entrada: 05/08/2022 | Situação atual: Concluído
Produtor cultural: ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL SEMPRE-VIVA

Área/Segmento cultural: ARTES INTEGRADAS

Local de realização: PORTO ALEGRE

Identificação:

Com a realização da mostra internacional “Caminhos de Proust”, buscamos realizar uma das maiores exposições sobre a trajetória e o impacto da obra de Marcel Proust – autor do clássico “Em busca do tempo perdido” - a ser realizada na América Latina, trazendo à Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul grande parte de um dos mais completos acervos disponíveis sobre esse que é considerado um dos mais importantes romancistas do século XX. Para nós, gaúchos, a mostra será também a ocasião de exibir ao público um riquíssimo acervo de obras literárias originais e raras, que formam o universo de autores lidos por Marcel Proust, muitas delas escritas entre os séculos XVII e XIX. A mostra ocorrerá na Biblioteca Pública do Estado, prédio icônico de Porto Alegre, rememorando os cem anos do falecimento do autor e a conclusão da primeira etapa das obras de restauração da fachada e interiores da biblioteca. O acervo a ser exposto inclui cerca de 350 itens, entre documentos, fotografias, manuscritos, primeiras edições, obras raras, filmes, ilustrações, animações e instalações artísticas sobre a vida do escritor, livros e influências deixadas por sua obra na cultura. Para a exposição, além do contexto histórico em que viveu Proust, onde serão apresentados os principais eventos que marcaram a vida do autor e sua produção literária – ilustrados com documentos originais, correspondências, fotografias, edições raras, coleções e primeiras edições, documentários e filmagens - serão também exibidas cenografias imersivas. Com relação às cenografias imersivas, será exposta: 1) uma mesa de jantar, do Proust leitor, com ele e suas principais influências literárias; 2) Proust e a construção de suas principais personagens; 3) Uma instalação sonora, com locuções dos mais famosos textos de “Em busca do Tempo Perdido”; 4) A “memória involuntária” de Proust, com a possibilidade do visitante viver a experiência da degustação da famosa “Madeleine” mergulhada no chá e uma original apresentação dos tipos de memória humana, incluindo imagens funcionais de funcionamento cerebral, em colaboração com o Instituto do Cérebro da PUCRS; 5) haverá duas projeções com animação, dirigidas ao público infantil e adolescente, sobre Proust e a Leitura e Proust e os grandes eventos históricos da virada para o século XX; além de 6) uma instalação artística sobre a entrada da obra de Proust na língua portuguesa, através da Editora Globo de Porto Alegre e a tradução dos quatro primeiros volumes pelo poeta Mario Quintana. O acervo que compõe a mostra é formado pela coleção de Pedro Corrêa do Lago (o mais completo acervo disponível sobre Marcel Proust), que hoje se encontra em exposição em vários museus em grandes capitais no mundo, como o Museu Carnavalet, de Paris. A exposição conta também com o acervo do curador e colecionador Gilberto Schwartsmann e do escritor Mario Quintana, de propriedade da Casa de Cultura Mario Quinta. O poeta foi o primeiro tradutor de Proust para a língua portuguesa. As obras serão cedidas à mostra sem qualquer custo, salvo transporte e seguro, pelo período de 30 de novembro de 2022 até fins de fevereiro de 2023. Sem dúvidas, será uma oportunidade ímpar para gaúchos, brasileiros e estrangeiros desfrutarem de uma coleção que irá retornar após a vários museus europeus e norte-americanos. Esta proposta contempla igualmente um potente projeto educativo, com a presença de monitores preparados para receber grupos de todas as idades, de segunda a sábado. Pessoas surdas poderão agendar visitas com tradutores de libras. Há previsão de uma mesa preparatória, intitulada “Por que ler Proust?”, já incorporada à programação do dia de encerramento da Feira do Livro, em 15 de novembro de 2022, com a participação do Patrono da Feira e Membro da Academia Brasileira de Letras, o escritor Carlos Nejar, e a Professora Lúcia Bettancourt, da UFRJ, reconhecida especialista na obra de Marcel Proust. Além disto, haverá dois importantes seminários – um internacional e outro nacional – com a coordenação da Profa. Maria Luiza Berwanger Brandão, do Instituto de Letras da UFRGS, durante duas quartas-feiras, ao longo do evento. Haverá também oficinas de leitura na Praça da Alfândega, na qual duas pessoas da equipe de mediação se reunirão para realizarem leituras em voz alta/recitativo de trechos da obra de Proust previamente selecionados, seguidos de discussão. A permanência na praça é conduzida como um convite à visitação da exposição, seguida da entrega de material educativo para a comunidade participante. A ação será realizada duas vezes na semana, na quinta e sábado, a horário a ser definido. Também propomos a realização de Oficina de Escrita Criativa Online, atividade voltada para o público, para explorar diferentes formas de pensar a escrita. Em dois encontros, o público explorará a linguagem escrita com exercícios seguida de troca de referências por correio eletrônico. O segundo encontro é destinado a um sarau online com leitura do material produzido por participantes. Os textos produzidos pelos participantes irão compor um material educativo da oficina, o qual ficará disponível no hall de entrada da exposição. Por fim, propomos a atividade denominada Proust e Mário Quintana, ação educativa promovida em parceria com a Casa de Cultura Mário Quintana, convidando um especialista para falar sobre o processo de tradução de Mário Quintana, ao trazer para o Brasil a obra de Marcel Proust. A proposta contempla também a criação do catálogo trilíngue da exposição (português, francês e inglês), o qual terá 40% de sua tiragem distribuída a universidades, jornalistas, patrocinadores, participantes dos seminários sobre vida e obra de Marcel Proust e instituições parceiras. Os demais exemplares serão doados à BPE, para que a instituição possa vender o material e utilizar a verba para manutenção e melhorias da casa, ratificando que não haverá comercialização pelo projeto, sendo discricionaridade da instituição recebedora. Deve-se dar especial destaque ao fato de que o mobiliário e equipamentos adquiridos e criados para a exposição, bem como o seu projeto luminotécnico, serão pensados em conjunto com a Biblioteca Pública, para que após a exposição estes sejam incorporados ao patrimônio permanente da instituição. Buscamos com isso deixar este ganho patrimonial como legado à estrutura permanente do prédio. Isso é, em nossa opinião, muito relevante, pois há muito que são necessárias intervenções que tornem a biblioteca mais equipada, mais bem iluminada e modernizada.