2023º - 40 ª RODA DE CHIMARRÃOProcesso: 00184/2023 | Data de entrada: 10/04/2023 | Situação atual: Arquivado - Não Prioritário Área/Segmento cultural: CULTURAS POPULARES Local de realização: CAXIAS DO SUL |
Identificação: A presente proposta da 40ª Roda de Chimarrão, da proponente Associação Esportiva e Recreativa SER Randon, prevê a realização da programação cultural e parte da infraestrutura do evento proposto para celebrar os Festejos Farroupilhas, cujo tema de 2023 será o centenário da Revolução de 1923 em todo estado, tendo como Patrona a cantora e apresentadora Maria Luiza Benitez. Será realizada em um domingo de setembro/23, das 8h às 18h, na Sede da Associação, localizada à Travessa Cristal, S/N, Terceira Légua, Bairro de Galópolis, Caxias do Sul – RS, e prevê a promoção de diversas atividades culturais, abertas à comunidade, colaboradores, familiares e amigos, de forma totalmente gratuita. RODA DE CHIMARRÃO A roda de chimarrão é um exercício de liberdade, de homens que se tratam como irmãos. Democrática, sempre tem lugar para mais um, a roda começa com o cevador fechando o mate e servindo primeiro a quem estiver à sua direita, sempre com a mão direita. A prosa do mate, ou o mate conversado, é uma rica troca de experiências e conhecimentos. Mesmo na cidade, onde pouco tempo resta para essa troca, a roda de chimarrão ainda mantém, com pequenas mudanças, o ritual tradicional. A roda começa com o cevador (preparador) ou, em casos especiais, pela pessoa mais velha ou por alguém que se deseje homenagear. Na roda, o cevador é o mestre de cerimônia. Apenas ele pode arrumar o mate. Depois de cada mateada, a cuia deve voltar ao cevador. Ele deve ajeitar o mate e colocar a água. A mão de servir ou beber o mate é sempre a direita. Essa é também a direção da roda. Quem chegar depois de estar formada a roda deve seguir essa direção, colocando-se antes do mateador, e aguardar sua vez. Para participar de uma roda, alguns procedimentos precisam ser seguidos. Fazer roncar a cuia, sorvendo até a última gota do chimarrão, por exemplo, é obrigação de cada participante da roda. Não é de bom tom deixar restos da infusão na cuia. Nas rodas de mate, só se agradece quando não se quer mais matear. Mesmo parando de beber, a pessoa pode permanecer na roda e participar das conversas. O chimarrão (do espanhol rio-platense \"cimarrón\"), ou mate (do quíchua \"mati\") é uma bebida característica da cultura do Cone Sul legada da cultura indígena (caingangue, guarani, aimará e quíchua). Produzido pela infusão da planta erva-mate moída em água quente a aproximadamente 70 graus Celsius, em uma cuia com uma bomba. É símbolo de hospitalidade, acolhimento da diversidade e convivência, já que é compartilhada com todos, sem distinção de idade, credo, etnia ou classe social. É esse significado que dá nome a um evento que entra na sua 40ª edição, estimulando a troca e a partilha. Durante o evento RODA DE CHIMARRÃO 2023, enquanto as famílias e amigos encontram seus lugares junto aos palcos, ou junto à sombra das árvores e das coberturas instaladas, vão se formando grupos, aonde as cuias passam de mão em mão. É quando os músicos, munidos de gaita e violão, vão se aproximando, entrando nos grupos e convidando as pessoas a cantar e a dançar as mais amadas canções do repertório gaúcho e brasileiro. 40 ANOS DE CULTURA A cada ano é uma nova oportunidade para o cultivo da história, dos valores e tradições, com o envolvimento das pessoas da comunidade. Por isso cabe ressaltar a importância da realização dessa 40ª edição de um projeto que homenageia as etnias formadoras do gaúcho, indígena, portuguesa, açoriana, espanhola, negra, luso-brasileira, alemã e italiana, diversidade que é representada pelos grupos no palco, pelos grupos de danças, pelas equipes de trabalho e pelo público presente e, com isso, ajuda na salvaguarda das tradições. O evento 40ª RODA DE CHIMARRÃO iniciará com protocolo de abertura e acendimento da Chama Crioula no palco principal, com o Mestre de Cerimônias chamando ao palco o Presidente da Associação e autoridades convidadas quando um gaiteiro entoará os hinos nacional e rio-grandense. Após uma fala sobre o significado do evento é chamado ao palco o grupo de abertura artística do dia. PALCO PRINCIPAL A proposta prevê um grande palco, especialmente montado, com PPCI aprovado, e adequadas estruturas de sonorização e iluminação, que ficará localizado em área central do lugar. Nesse palco ocorrerão as apresentações artísticas dos grupos contratados e as apresentações da comunidade, já que o palco fica aberto para outras apresentações durante o dia de festejos, apresentações de música, canto e declamação de grupos da comunidade, conforme demanda e aprovados pela curadoria do evento. Em horários intermediários a música será executada por DJ contratado para a finalidade. Show musical com grupo de nível estadual - a ser definido – duração de 1h30min Show Musical Principal, com grupo de projeção nacional - agenda reservada com o grupo Os Monarcas. O show terá duração de, aproximadamente, 2h. Na frente do palco serão colocadas 350 cadeiras para maior conforto dos presentes e instaladas coberturas em diversos locais para caso de chuva ou sol forte, em virtude do grande número de horas do evento. PALCO DE DANÇAS Em frente ao palco a construção de um tablado de madeira de 200 m2 especialmente projetado para a finalidade, receberá os grupos de dança de dois CTG convidados e, Espetáculo de danças das invernadas do primeiro CTG convidado - duração: 1h Espetáculo de danças das invernadas do segundo CTG – duração: 1h Os shows de danças dos 2 CTG convidados, executarão apresentações de danças de suas invernadas mirim, adulta, veterana e individuais, como o Maçanico e o Ponta e Taco, o Duas Damas e o Anú , a Valsa da Mão Trocada e o Balaio, entre outras, envolvendo em torno de 80 pessoas cada CTG. Após essas apresentações o espaço ficará liberado para as danças do público presente que costumam dançar, ao som da música dos shows que acontecem no palco. PALCO INFANTIL Em outro local será construído um palco para atender ao público infantil que comparece em grande número já que o evento costuma atrair famílias inteiras pela beleza do lugar e pelas atrações apresentadas, vide fotos em anexo. Haverá locais para desenhar e intervenção artística do Grupo Quiquiprocó, da artista Andreia Perez, atividade orientada por 2 monitores que conduzirão uma ação interativa de brincadeiras de forma descontraída e divertida e uma apresentação de teatro. Porém, com o intuito de formação e transmissão de conhecimento, serão formadas rodas de bate-papos, ocasião em que serão contadas histórias e causos do folclore gaúcho, por equipe da área cultural de um CTG a definir. Também, para despertar o amor pela música, um músico com gaita e violão sentará nas rodas infantis, cantando canções para aquele público. Pluralidade, Acessibilidade e inclusão: Visando a pluralidade, a inclusão e a acessibilidade, o projeto será realizado em amplo espaço ao ar livre, com adaptações de rampas e tablados para facilitar a locomoção de pessoas com mobilidade reduzida, deficiência física e/ou intelectual, sendo acessível para todas as faixas etárias. Está prevista tradução para a Língua Brasileira de Sinais (Libras), no palco, durante a abertura / protocolo e outras falas e reservadas as primeiras filas para acomodação de PCD e acompanhantes. Como o local é quase todo gramado, para facilitar o deslocamento de forma acessível para PCD, estão previstos tablados para circulação em determinados espaços irregulares para poderem chegar próximo ao palco, haja vista que um grande número de pessoas (familiares, amigos e comunidade) apresentam mobilidade reduzida, conforme verificado em edições anteriores. Serão instalados banheiros químicos femininos masculinos e 1 adaptado para cadeirantes, instalação de lavatórios e ônibus contratados para o deslocamento das equipes de organização, logística e do público da comunidade, a fim de diminuir os impactos gerados pelos carros. Como forma de colaborar com entidade sem fins lucrativos que atendem pessoas em situação de risco, será sugerida a doação de 1 kg de alimento ou de um brinquedo, em vista da proximidade do dia da criança. Democratização de Acesso: Os espaços, serão especialmente dimensionados para receber um público previsto de aproximadamente 10 mil pessoas. Não possui, no entanto, espaço para receber uma grande quantidade de carros. Por isso e por questões de sustentabilidade ambiental, entende-se necessária oferta de transporte coletivo gratuito, com ônibus saindo de pontos estratégicos da cidade, passando em locais previamente combinados para apanhar o público participante, a fim de democratizar ainda mais o acesso ao local. Sustentabilidade: Está prevista a separação de lixo para reciclagem, além do reaproveitamento de materiais como banners, faixas, cartazes e outros a serem utilizados durante o evento, a fim de minimizar os impactos negativos que possam ocorrer no meio ambiente. Com o propósito de deixar um legado positivo para a comunidade será realizado o ato simbólico de plantio de uma árvore nativa no espaço do evento, chamando a atenção para a importância da preservação da natureza. Isto significa que o evento foi pautado observando-se os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU – ODS, quais sejam: tradução simultânea para linguagem de sinais (ODS 5, 8, 10 e 16); facilidade de acesso, sem obstáculos, às pessoas com mobilidade reduzida (ODS 10); promoção da economia local por meio do recrutamento de empresas da região (ODS 8), redução da produção de resíduos (ODS 11 e 13) e gestão adequada dos resíduos; O transporte coletivo fornecido de forma gratuita também contribui para promover e estimular a mobilidade segura, saudável e sustentável (ODS 11). Enfim, a programação cultural acontecerá num domingo, durante todo o dia, das 8h às 18h, ao ar livre, em palco especialmente projetado para a finalidade, localizado em área central do espaço do evento, com amplo tablado de aproximadamente 200 m2 para danças e 350 cadeiras colocados em frente ao palco, contando também com outros espaços cobertos com tendas e bancos, localizados em lugares estratégicos, para maior conforto do público, considerando-se o número de horas do evento e as questões climáticas (sol ou chuva). Observações: Não está proposta de transmissão ao vivo, em virtude da localização ser relativamente distante do centro da cidade e não haver a tecnologia necessária a uma transmissão segura. No entanto, os shows serão gravados e partes deles serão disponibilizados nas redes sociais, posteriormente ao evento, para uma maior abrangência da ação. Estão previstos dois fotógrafos para os registros das atividades, cujas fotos serão postadas nas redes sociais, gerando envolvimento também posteriormente ao evento. A coordenação geral do projeto ficará a cargo de Rubia Frizzo, que possui em seu currículo larga experiência na área cultural, tendo atuado como Secretária da Cultura de Caxias do Sul, Secretária de Turismo de Gramado, diretora de Cultura e Desfiles da Festa da Uva, Desfiles de Carnaval, Feiras do Livro, entre outros eventos de grande porte. A assessoria de comunicação de Carolina F. Palma. Registros fotográficos do projeto de responsabilidade de Miriam Cardoso. Palco, coberturas e tablados e cadeiras de Vibe Locações. Fornecimento da sonorização, iluminação, gerador e captura de imagens da Progressiva Som e Luz. Equipes de recepção e apoio, PPCI, ambulância, recolhimento de lixo, por meio de fornecedores com larga experiência em projetos dessa natureza. JUSTIFICATIVA Sabe-se que durante os Festejos Farroupilhas aflora ainda mais o sentimento de orgulho do passado, quando os costumes e as tradições lembram a simplicidade da vida no campo, exaltando a cultura rio-grandense. Mesmo tratando-se de evento ligado ao tradicionalismo, são várias atividades propostas durante todo o dia, justamente para contemplar a diversidade cultural. A antiga Semana Farroupilha ampliou-se, transformando-se nos “Festejos Farroupilhas” e se estendem por todo o mês de setembro, e em muitas regiões, dentro e fora do Estado do Rio Grande do Sul. Um momento de culto às tradições gaúchas, envolvendo não só o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), as Regiões Tradicionalistas e o os Centros de Tradição Gaúcha (CTG), mas diversas outras entidades e segmentos sociais que participam ativamente das celebrações, seja nas fábricas ou nas escolas. A Revolução Farroupilha, também conhecida como Guerra dos Farrapos, teve início na então província de São Pedro do Rio Grande do Sul, em 20 de setembro de 1835, estendendo-se até março de 1845. Esse período de quase uma década é considerado como uma das mais importantes passagens da história do Rio Grande do Sul, um marco na formação social e política do estado. O movimento revolucionário, que tinha como pano de fundo os ideais liberais, federalistas e republicanos, foi a mais longa revolta civil no país e retratou a diversidade das relações sociais e políticas que abalaram o Império brasileiro naquela época. De caráter regional, a Revolução Farroupilha adquiriu também um grande significado na esfera nacional. A data de 20 de setembro assinala o início da Guerra dos Farrapos, quando os farroupilhas venceram o confronto da Ponte da Azenha e entraram na província de Porto Alegre, liderados por Bento Gonçalves. O conflito resultou na declaração de independência do Estado do Rio Grande do Sul e deu origem à República do Piratini, que durou cerca de sete anos. Relembrar essa história e essa memória, faz parte dos objetivos desse evento, que começa muito antes de um domingo de setembro, por meio da preparação para a data, das ações de mobilização, do engajamento das equipes de produção e da sensibilização da comunidade para a participação dos festejos. São nessas ocasiões que se cria um ambiente propício para disseminar conhecimento sobre as características da formação cultural do nosso estado, tão rica e diversa, passando pelo índio, africano, mameluco, açoriano, polonês, alemão, italiano, entre outros, cada qual com sua indumentária, culinária, crenças, músicas e danças. E de como eles mesclaram suas culturas, criando algo novo por aqui. E de como o histórico movimento criado por aqueles jovens estudantes do Colégio Júlio de Castilhos, oriundos de diferentes cidades do Rio Grande do Sul, também foi absorvido por pessoas das mais diferentes origens. Caxias do Sul, Capital da Região Metropolitana da Serra Gaúcha, com população regional estimada em aproximadamente um milhão de pessoas, também foi formada por múltiplas origens. Seja no movimento de imigração iniciado em 1875, ou nas décadas posteriores atraindo milhares de trabalhadores das mais diversas regiões do estado para suas indústrias, colégios, faculdades e universidade, fazendo da cidade uma referência, como a segunda cidade do estado, em termos econômicos. Muitas dessas pessoas por aqui permaneceram, constituíram suas famílias, fizeram novas amizades, criaram um sentimento de irmandade e união. Foi esse mesmo sentimento de orgulho que trouxe o Roda de Chimarrão à sua 40ª edição, iniciada dentro de uma associação, mas aos poucos se expandindo, envolvendo cada vez mais a comunidade em geral, visando a celebrar a diversidade, contribuir para eliminação de preconceitos e discriminações que grassam no meio social, tornando-se um reduto de convivência e respeito mútuos. A proposta prevê o financiamento da parte artístico-cultural, da infraestrutura de palcos e coberturas, sonorização e iluminação, equipes de produção e realização e das adequações necessárias à acessibilidade e inclusão, com tradução para Libras no palco. Tudo para que as famílias e amigos possam desfrutar de um domingo especial, regado a muito chimarrão, oferecendo erva-mate gratuitamente, com postos para água quente, além da possibilidade de uso de churrasqueiras, espaços para pic-nic, e diversas atividades culturais ao ar livre, sem quaisquer custos para os participantes. A Proponente fica com a responsabilidade de outras infraestruturas como brinquedos infláveis, colocação de ônibus para transporte gratuíto para abranger os que não podem deslocar-se de carro e por questão de incentivo ao meio de transporte coletivo para proteção do meio ambiente e vários atendimentos que ocorrem durante o dia de atrações. Esses custos são bancados ou diretamente pela Associação ou por apoios a serem trabalhados até a data da realização. Sobre a 40ª Edição do Projeto: Fosse um casamento, seriam comemoradas Bodas de Esmeralda, certamente inspirado na nobreza dessa pedra. Assim, também o evento Roda de Chimarrão enobrece a cultura rio-grandense, mantendo viva a arte e a cultura por longas 40 edições. Sempre com o ensejo do estreitamento dos laços entre as etnias, da democratização da cultura com livre acesso, com acessibilidade, proporcionando ao público espetáculos que valorizam a memória e a história, por meio da arte, costumes e tradições, enfatizando a importância da inclusão e do respeito à diversidade. Enfim a 40ª edição do Roda de Chimarrão propõe, um grande congraçamento e celebração, um tempo de reunir os amigos, cantar o Hino, vestir uma pilcha, tomar um mate, assistir a belos espetáculos, também é uma forma de incentivar o desenvolvimento de novos talentos, momento para manter viva a chama do tradicionalismo entre os que já são engajados e, despertar o interesse e o amor pelas tradições gaúchas, entre os que ainda não a cultuam, valorizando-a dentro do contexto da cultura brasileira. *Enfatiza-se que em todas as etapas do projeto serão seguidas as recomendações dos protocolos sanitários que estiverem vigentes na ocasião. O evento sempre contou com significativo envolvimento da comunidade, e já trouxe expressivos nomes da cultura regional, estadual e nacional em edições anteriores e cresce a cada ano. Para poder atender às necessidades de democratização e acessibilidade ampliaram-se as estruturas físicas e de apoio. Por isso e por querer democratizar cada vez mais o projeto, buscam-se esses recursos junto à LIC RS, para dar continuidade a tão significativa trajetória. (Anexada carta de interesse de patrocínio, porém, algumas empresas interessadas em patrocinar o projeto, o farão após aprovação do mesmo). |
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