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PROJETO CARNAVAL REALEZA 2024 - 2024

Processo: 00466/2023 | Data de entrada: 20/07/2023 | Situação atual: Arquivado - Não recomendado
Produtor cultural: SOCIEDADE BENEFICENTE CULTURAL REALEZA

Área/Segmento cultural: CARNAVAL DE RUA

Local de realização: PORTO ALEGRE


Identificação:

O presente projeto tem o intuito de viabilizar os trabalhos da Escola de Samba Sociedade Beneficente Cultural Realeza, para a sua participação junto ao Carnaval de Porto Alegre do ano de 2024. Nossa Entidade está localizada na Zona Leste da Capital, não possui uma Quadra de Ensaios, suas atividades são feitas na Rua em céu aberto, uma verdadeira resistência do samba de nossa cidade. O Carnaval de 2024, é a segunda vez que participará junto ao Grupo Especial do Carnaval de Porto Alegre, uma vez que se tornou Campeã neste ano do Grupo Prata, devido ao trabalho de organização administrativa e de gestão que vem sendo desenvolvido pela nossa Diretoria. Nosso projeto focará em dois grandes setores de uma escola de samba: o Barracão de Alegorias e o Atelier de Fantasias - Nestes espaços é que são confeccionados o encantamento de nossa arte e cultura. Nosso objetivo com a busca de recurso do Procultura é a confecção junto ao Barracão de Alegorias de 03 Carros Alegóricos e um Tripé onde contrataremos uma equipe para a realização do trabalho, bem como ainda a compra de materiais; Já junto ao Atelier de Fantasias pretendemos confeccionar 750 Fantasias que serão distribuídas gratuitamente para as alas da comunidade, com os recursos contrataremos os Atelier de Fantasias e sues profissionais, bem como também os materiais para a confecção destas fantasias. Acreditamos que este projeto nos coloca de pé de igualdade para enfrentar o desafio de estar entre as grandes escolas do nosso Carnaval de Porto Alegre, por isso é fundamental a aprovação deste projeto junto ao PROCULTURA-RS, bem como ainda nossa entidade visa poder estimular e incentivar nossos profissionais locais do carnaval. Uma vez que não a perspectiva de aporte de recursos da Prefeitura Municipal. Neste último ano a Prefeitura lançou um Edital junto ao FUMPROARTE, onde as Escolas de Samba receberam R$ 120.000,00 um mês antes do Carnaval, mas com recursos que somente foram possíveis por causa da emenda de 07 Vereadores da Câmara Municipal, o que pode não se repetir neste ano. Por isso estamos recorrendo a outros modos de sustentabilidade de nossas ações. A Escola de Samba comunica-se de quatro formas: Através de um tema enredo; Na energia desencadeada por um ritmo; Pela vibração das vozes e, pela eloquência dos gestos. A Sociedade Recreativa e Cultural Realeza é samba e, por essa razão comunica-se simpática e cortês, pedindo passagem para desfilar no Carnaval de Porto Alegre. ORGANORGAMA DO DESFILE S.B.C. Realeza Tema Enredo Carnaval 2024 “Alma Negra – Um pedaço da África no AFRO-SUL do Brasil” Setor 1 – “Negra identidade” Comissão de Frente – “Sankofá – O futuro é ancestral” Porta Estandarte – “Raízes do Axé” Guardiãs do Estandarte – “Reza e proteção” Tripé – “A Negra Realeza pede passagem” Ala Tradição (Baianas) – “Negra mãe inspiradora” (Continente Africano) Módulos Alegóricos – “Deuses de Ébano” Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira – “Ritualística Tribal – A Dança” Guarda de Honra – “Ritualística Tribal – A Música” Módulos Alegóricos – “Deuses de Ébano” Ala 2 (Coreografada) – “Raízes ceifadas - Diáspora” Ala Velha Guarda – “Raiz Afro Gaúcha” Destaque – “A aurora da liberdade” Alegoria Abre- Alas – “O raiar de uma nova era sob o bastião da Negra Floresta” Setor 2 – “Anos 70 – Jovens visionários e o desejo de transgredir” Ala 4 – “Soul – Pergunta” Casal de Passistas – “Corpo de dança, gestos e formas” Madrinha da Bateria – “Fetiche” Rainha da Bateria – “O couro” Bateria – “Ópera dos Tambores” (Tambores do Areal da Baronesa) Manifestação Artística – “Dança da fé” (Orixás) Harmonia Musical – “Negras vozes, Negros acordes” Musa da Harmonia Musical – “Odara” Casal de Passistas – “Excêntrica visão” Ala de Passistas – “África Hollywoodiana” Ala 5 – “Fatumbi profetizou: Dançar sozinha nunca mais!” Destaque – “Balé Afro” Setor 3 – “Afro-Sul é o Carnaval” Tripé – “Abre alas para a Afro Garotos” Manifestação Artística – “A Negra Escola de Samba” Destaque – “A gargalhada de Exu Rei” Comissão de Frente – “Dunga Tara Sinherê – Quilombo dos Palmares” Porta Estandarte – “Rosa de Oxalá – Tenda dos Milagres” Dançarinos – “A serpente do Arco-Íris” Bateria – “A Música é Santa” Mestre Sala e Porta Bandeira – “Os Iaôs – Eu sou o pecado” Baianas – “Águas de Oxalá – Do Reino de Oyo à Bahia de todos os Santos” Ala 6 – “Os Afro Palhaços” Porta Estandarte – “Cruzeiro – As estrelas negras do Sul” Ala 7 (Coreografada) – “Maratona do samba” Ala 8 – “Odomode” Destaque – “Pantera Negra” Alegoria – “Antes de Samba... Semba” Setor 4 – “Uma fundação sociocultural a serviço da comunidade” Ala 9 – “Culinária – O tempero da Vó Lili” Ala 10 – “Moda – Grife Afro-Sul” Mestre Sala e Porta Bandeira – “Troféu Açorianos – O reconhecimento” Ala 11 – “Odomode Tambor” Ala 12 (Infantil) – “Nossa Identidade” Modulos Alegórico – “Lanceiro meu herói” (Duas bases para destaques e uma para a escultura do Lanceiro Negro) Setor 5 “O Brasil Negro vem festejar os Afros do Sul” Manifestação – “Maracatu” Destaque – “Porta Estandarte” Destaques – “Caboclos Lanceiros” Destaques – “Damas do Passo” *Calunga Dona Emília; *Calunga Don Luis; *Calunga Dona Leopoldina. Destaques – “Iyás” Destaques – “Rainha Dona Santa e Rei Manoel Santiago” Adereço – “Pálio” Destaque – “Vassalo” Destaques – “Lanterneiros” Coletivo – “Os Batuqueiros” Destaques – “A Corte” Ala 13 – “É Frevo!” Módulos Alegóricos – “Bumba Meu Boi” Porta Estandarte – “Deusa do Ilê Aiyê” Ala 14 – “Afoxé” (Filhos de Gandhi) Ala 15 – “Blocos Afros” (Olodum – Didá) Manifestação Artística – “Capoeira” Ala 17 – “Jongo – O batismo de Vó Maria” Ala 16 – “Congada” Destaques – “As Majestades do Maçambique – Rainha Ginga e Rei Congo” Cenário – “Portal da Igreja de Nossa Senhora do Rosário” Setor 6 – “50 em cartaz sendo um grande espetáculo” Destaque – “Prenda Minha – Tributo à Nilva Pinto” Manifestação Artística – “À Mestra com carinho” (Grupo Os Gaúchos) Módulos Alegóricos – “Afro-Sul em cartaz” Ala 18 – “Batuque Clássico – Bolero de Ravel” Ala 19 – “A gira do Malando na trovoada do Carmina Burana” Ala 20 – “Carne Gigital – Batuque tecnológico” *Retorno da Bateria à evolução* Porta Estandartes Tema Enredo – “Alma Negra” Alegoria – “Afro-Sul – Um pedaço da África no Sul do Brasil!” (fotos de Mercedes Batista, Zumbi dos Palmares, Dandara, João Candido, Rubens Barbot, Oliveira Silveira, Mestre Borel, Djalma do Alegrete, Abdias do Nascimento, Nery Caveira, Osmar Jr, Romeo Deodoro, Wilson dos Santos, Mãe Isabel, Mãe Constância, Vó Lili) TEMA DE ENREDO 2024 S.B.C. Realeza Tema Enredo Carnaval 2024 Enredo: “Alma Negra – Um pedaço da África no AFRO-SUL do Brasil” Sinopse “Alma Negra é o couro apanhando Atabaque comendo e falando É o corpo dançando...” [1] O aroma de Alfazema se une com a emanação das ervas em brasa apoderando-se do facho solitário que ilumina o palco ainda encerrado. Da coxia irrompe em um voo incontido a mágica luz da ancestralidade, descortinando a arte Negra genuinamente brasileira que celebra a África que habita na alma de quem possui a pele tingida de inspiração. Despertou para fazer vibrar o toque dos tambores em uma reza intensa que reverbera o legado ancestral, seiva incrustrada nas raízes cultivadas nas entranhas de uma terra onde nossos pés ainda não pisaram, em um tempo muito distante mas que se faz presente na memória inconsciente. Arte enraizada nos corpos instigados pela força vital e que possuem em sua constituição o vigor da música e da dança, compondo verdadeiros templos que abrigam os milenares ritos sagrados. Suscitou junto a memória da diáspora, quando as raízes foram ceifadas da terra mãe e os templos Negros aprisionados, iniciando a saga dos desventurados ao cumprir a tortuosa viagem ao destino do renascimento. Foi em um novo e distante solo que as raízes germinaram, tornando Negra a terra onde sua seiva se revigorou, alastrando-se incontidas feito os movimentos gerados pelos corpos em que foram assentados e, para não sucumbir renderam-se aos costumes impostos, transformando-se em Raízes Afro-Gaúchas. “Afro-Sul semente da mesma raiz A força da natureza em nossa fé Nossa falange...” [2] No palco a iluminação ganha tons dourados reproduzindo o farol da estrela áurea, retratando o cenário matizado com os tons do horizonte ao amanhecer. A aura perfumada pela lavanda recebe a aurora da liberdade da África enraizada em um novo Porto. A luminescência ancestral revela o nascimento de uma árvore frondosa plantada com o intuito de abrigar os Negros entregues à própria sorte. De mãos dadas ergueram o bastião da cultura Afro-Gaúcha e o batizaram de Sociedade Floresta Aurora. Foi sob o amparo da “Mansão Black” que a história da resistência Negra ganhou um novo capítulo. “Mãe Preta Negra África Ao som dos tambores Ijexás... Tocando pros Deuses Orixás Pra incorporar Um mantra da gente Pra iluminar...” [3] Os tambores que ecoavam rezando para os Deuses de Ébano dançarem no Areal da Baronesa, pulsavam na alma daquele que foi o escolhido para tocar o couro e despertar a África adormecida e então desconhecida. A música se fez inspiração, apresentando-se como o chamado ancestral para o despertar da consciência e do orgulho Negros. No toca disco o afro-rock do Osibisa rodava fazendo até a tronco robusto e o Almirante em bronze dançarem, influenciando os jovens que vestiam calça “boca de sino” e ostentavam cabelos “Black Power” à formarem a Banda Negra. Instigados pelo revolucionário Grupo Palmares, os “Afros do Sul” aventuraram-se a defender em um Festival a contestadora canção composta por um jovem Maestro que oportunizou um encontro que marcaria suas vidas para sempre. Os passos contagiantes que avivava a África tribal sempre esteve presente no bailar daquela que nasceu predestinada para ser a referência da dança Negra no sul do Brasil. Conduzida pelo Maestro, a jovem Bailarina integrou-se à Banda para juntos protestarem, transmitindo a mensagem através da música e da dança. A arte que se faz luta concebeu o Grupo de Música e Dança, a fim de contemplar com plenitude a beleza africana que declara-se de forma intuitiva. O aquilombamento a partir de então cultivou a sensação de pertencimento, difundindo as tradições do povo que o originou, tornando-se ao longo dos anos um pedaço da África no sul do Brasil, confirmando assim a profecia de Fatumbi. Eram as raízes ancestrais, semeadas na Alma Negra, entrelaçando a história... “Roda, roda... Gira, gira Dunga Tara Sinherê É Garotos trazendo alegria Trazendo aquilo que sabe fazer...” [4] A cintilação espiritual se agiganta nos tons mágicos do lilás e a energia dos seus raios faz do palco o asfalto da Passarela do Samba. Do cenário despontam foliões que incandesciam com seus corpos enfeitados formando o fantástico séquito da nobreza africana para junto ao ritmo forte e envolvente da do samba anunciarem a chegada da Sociedade Cultural Beneficente Escola de Samba Garotos da Orgia. Inspirada pelo Grupo de Música e Dança, institui que todos os enredos apresentados deveriam espelhar os vultos da cultura afro-brasileira, personagens que por encanto despertavam das páginas dos livros, ou de um lugar onde nem mesmo a literatura os alcançou. Era a Alma Negra sendo enaltecida no Carnaval de Porto Alegre... No mesmo cenário surge a divertida Ala que com coreografias contagiantes ganhava o maior palco da cultura popular e, que para contribuir para o fortalecimento do Carnaval desfilava em quase todas as Escolas de Samba, vencendo uma verdadeira maratona. No mesmo compasso do Samba surgem os artistas da folia, prendendo a atenção de todos com suas performances extravagantes. São talentos aprimorados pelo Grupo de Música e Dança que tornaram-se verdadeiros expoentes do Carnaval. É a arte comprovando que o Carnaval é um importante multiplicador cultural. A Afro Escola de Samba sai de cena e torna-se saudade. Porém, seus tambores não cessaram e embalaram a mais nova manifestação cultural nascida da raiz Afro-Gaúcha. O Bloco Afro Odomode surgia rugindo forte pelas ruas, tal qual a Pantera Negra estampada em seu estandarte, inaugurando um novo capítulo na história da cultura popular... “Preservar tudo o que é vida Curar dos outros a ferida E não cobrar Ser solidário e guerreiro Compartilhar o terreiro A quem puder ajudar...” [5] A luminosidade manifesta no cenário o Quilombo das Artes estruturado pelo Grupo de Música e Dança, plantado em um solo onde a cultura sempre floriu. A união de muitas mãos constitui a Instituição Sociocultural, enérgica ferramenta a serviço da comunidade, amenizando os contornos pontiagudos da vida ao proporcionar significativas transformações promovidas através de projetos sociais. É nesse espaço sagrado protegido pelas vigas fortes e indissolúveis das raízes Afro-gaúchas, que as manifestações culturais Negras são festejadas, acolhendo a todos aqueles que buscam a legitimidade do seu lugar de fala. Grife que veste e alimenta, reinventa-se ante as exigências do tempo, aliando a contemporaneidade com o tradicional. É a Alma Negra avalizando e defendendo o valor imensurável dos Territórios Negros em Porto Alegre... “É Batuque, é Capoeira Negro é Jongo e Maracatu Chama da Cultura Negra É o Grupo Afro-Sul!” [6] O condão incandescente se intensificou fazendo resplandecer no cenário as cores e os signos do basto folclore Negro Brasileiro, reunindo-os seus personagens no palco para celebrar a tradição dos Afros do Sul. As Raízes Negras que se propagaram por todo o Brasil originaram uma profusão de ritmos e danças, formando o rico patrimônio cultural desse país. É a Alma Negra desmontando estereótipos e preconceitos que pesam sobre o negro e o africano, colocando em pé de igualdade o nosso folclore com o de outros povos. “Tem que ter muita fé Não adianta ter só a cor Tem que ter no sangue Batuque pulsando nas veias Ser simples, ter paz Fazer muito amor” [7] O farol da sabedoria se expande sobre o palco e o raiar de suas asas faz surgir corpos brilhantes, que envoltos a névoa perfumada alumbram com seus gestos e formas. A orquestra erudita rende-se ao vigor do vibrante batuque a rufar dos atabaques e, unidos em uma harmoniosa sinfonia intensificam o canto em louvor a arte que nasce da Alma Negra. No cenário são projetadas imagens que revisitam a história da arte que é o manifesto em defesa do seu povo, que pulsa no canto que emociona e na dança que é santa e profana. Está em cartaz a memória da resistência em movimento que se fortifica na seiva sagrada da raiz Afro-Gaúcha, que faz do passado a inspiração para erigir um futuro onde a arte permanecerá acesa. Sob a mágica luz que emana do fabuloso pássaro Sankofa, os corpos brilhantes enfeitiçados pela força que os faz luzir, dançam festejando um dos signos mais expressivos da Cultura Afro-brasileira. Formando um círculo energético, os bailarinos viraram-se para o cenário erguendo suas mãos para o alto, em direção à luz fascinante. No centro, os Mestres olham para trás e emocionados sentem triunfar a certeza de que todos os seus feitos não foram em vão. No alto da esfera o lume se expande exibindo os vultos míticos, abençoando a raiz cultivada que fomenta a Alma Negra e que mantém em riste o pedaço da África no sul do Brasil. O público presente aplaude sob a excitação do espetáculo que está testemunhando e, formando junto aos bailarinos um coro extasiado, faz ecoar saudação à força vital: Axé! A energia materializada recebe como título Grupo de Música e Dança Afro-Sul! As cortinas permanecerão abertas e a luz infinita jamais irá se apagar, iluminando todos os palcos que o perfume alcançar... Aláfia! “Nós somos a única família estendida por todo o mundo, porque a diáspora africana não encontra fronteiras. Nós estamos em todos os lugares e quando nós nos levantamos não há força possível para nos enfrentar.” (Freitas, Renato. Porto Alegre, 27 de abril de 2023.) Argumentação: Luiz Augusto Lacerda e Roberto Marques Silva Versos citados: [1], [5] e [7]: “Alma Negra”. Compositor: Paulo Romeo Deodoro; [2] e [3]: “Mãe Preta”. Compositor: Paulo Romeo Deodoro; [4]: “Preto Antão Ganga Zumba dos Palmares”; Sociedade Cultural Beneficente Escola de Samba Garotos da Orgia, 1987. Compositor: Leleco Telles; [6]: “Cruzeiro – As estrelas Negras do Sul”, Sociedade Recreativa Beneficente Cultural Fidalgos e Aristocratas, 1996. Compositor: Luís Henrique Lopes – Balau.

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