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Giro, a cidade que existe - 2024

Processo: 00613/2023 | Data de entrada: 31/07/2023 | Situação atual: Arquivado - Não Prioritário
Produtor cultural: Kátia Samara Ritta da Silva

Área/Segmento cultural: AUDIOVISUAL: Produção de cinema em LONGA-METRAGEM

Local de realização: PORTO ALEGRE


Identificação:

O documentário Giro é um exercício de olhar e entender o espaço, as ocupações e os usos do centro da cidade de Porto Alegre. Edificações, vias e objetos, enquanto camadas de marcas históricas e culturais cujos sentidos diversificados e em aberto estão nas práticas sociais e usos do tempo presente. Moradores, pesquisadores, arquitetos, historiadores, artistas, em falas e registros da vida e das paisagens do espaço público, retratam os atuais dilemas urbanos. Cada cidade tem seu jeito, uma história individual, se organiza de um modo ou de outro, em função de circunstâncias sempre próprias. Ao mesmo tempo, os temas também são universais, presentes e vividos a seu modo por cada centro urbano. É nesse caldo, em fluxo embora sedimentado em paredes e concreto, existente em perspectivas, em movimento constante no transcurso da vida, em que se percebe os detalhes, as feições das edificações, dos espaços, das obras e da vida que confere sentido. Em Porto Alegre há uma mistura: o colonial português (em parte açoriano), por sua vez também com feições da raiz árabe-ibérica, os traços da oligarquia rural Rio-grandense, a precária e tardia urbanização, a influência positivista, a presença dos negros, as imigrações de diferentes origens, a industrialização do século XX, a acumulação de riqueza pela nova burguesia da cidade, os investimentos imobiliários, os condomínios, o êxodo do campo sobretudo nos anos 50, 60 e 70, a desindustrialização, a gentrificação, as feições e projetos atuais, os dilemas, os problemas e a vida do presente, em debate e em contrução. Também é no século XX que o modernismo das artes é muito influente e deixa várias edificações no centro histórico. São todos processos históricos e sociais que formam a identidade perceptível de Porto Alegre. Com essas premissas, que dirigem o olhar do documentário, a proposta narrativa busca a multiplicidade, não apenas o datado e já explicado, mas a aproximação da vida pelos problemas e desafios enfrentados no decorrer da história, percebidos nos indícios materiais capturados pela câmera e abertos à interpretação. 'Giro’ é como um caminhar pela cidade que desvenda, passeio cultural, exercício do olhar/conhecer/interpretar que temos sobre os espaços que habitamos e visitamos. O espaço da cidade tem camadas e marcas de tempos passados, são objetos articulados no presente fazendo sentidos que se renovam na vida cotidiana. Enxergamos e passamos pela cidade, dividimos os espaços com as outras pessoas, cada qual com suas ocupações e origens, convivemos nesse espaço, entre ruas, calçadas, esquinas, prédios antigos e novos, grandes e pequenos, indústrias de outras épocas, casas e casarios, bairros e favelas, monumentos, árvores, viadutos, morros e escadarias, calçadões, parques, riachos, rios, orlas, Igrejas, teatros, palácios, trens, vias rodoviárias, ruínas e novas construções formam paisagens sempre móveis e novas ao olhar e fala que se posiciona em um emaranhado de conteúdo e sentidos passíveis de percepção e entendimento. O documentário Giro tem o gesto do passeio curioso e interessado em desvendar, compondo no quadro e sugerindo relações entre os detalhes alinhados na narrativa, amparado em conhecimentos que envolvem urbanismo, história, cultura e artes, sociologia e outros saberes a interpretar o conjunto e o peculiar, percebendo valores em patrimônio, referências e modos de ser da cidade. O patrimônio não se restringe aos prédios da cidade e menos ainda a grandes e ricas obras, mas abrange o conjunto de referências socioculturais que se estabelecem pelo tempo de usos, modos de viver e acúmulos de conhecimentos e intervenções perpassadas através de gerações e presentes na vida das pessoas. Os prédios e outras obras são notáveis, mas tudo faz sentido desde que contextualizado na história do lugar e nas atividades e acontecimentos humanos que tiveram lugar e deixaram as marcas agora vistas e que serão os objetos registrados nas gravações, em seus usos e presenças. Os sentidos sempre se refazem, e dependem do ponto de vista e perspectiva histórica que temos. A produção vai registrar na forma narrativa com olhares múltiplos, discursos em formação, imagens e ritmo em fluxo, essa realidade dinâmica e sempre inconclusa em que estamos inseridos. Assim, em cada tema abordado em Giro, o passeio é proposto pela cidade, e interpretações são propostas a partir do que é encontrado e visto. O argumento do documentário Giro se ampara em pesquisa e é orientado pela professora Dra. Célia Ferraz de Souza (UFRGS). O argumento também homenageia o arquiteto e urbanista Iran Rosa, vitimado pela COVID 19, cujas ideias, atuação e convivência são lembradas e inspiram o diretor e roteirista do documentário.

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