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MALA DE LEITURA PELA COLONIA

Processo: 24/1100-0001409-0 | Data de entrada: 22/07/2024 | Situação atual: Aprovado
Produtor cultural: CHILI PRODUÇÕES CULTURAIS LTDA

Área/Segmento cultural: LITERATURA: Impressão de livro, revista e outros

Local de realização: AGUDO, DONA FRANCISCA, FAXINAL DO SOTURNO, SÃO JOÃO DO POLÊSINE


Identificação:

O projeto objetiva desenvolver ações voltadas para o incentivo à leitura dentro de um guarda-chuva de atividade e eventos que envolve a Mala de Leitura – uma biblioteca itinerante, criada pelo Promotor de Leituras Maurício Leite, iniciada nas aldeias do Pantanal na década de 80. Com um método próprio e a curadoria do Maurício, as Malas já percorreram todos os países de Língua Portuguesa e hoje seguem o trabalho de incentivo à leitura e formação de novos leitores no Brasil, Portugal e países da Africa. A Mala de Leitura conquistou em 2014 o Prêmio UNESCO de Leitura. O trabalho desenvolvido pelo Mauricio com a Mala de Leitura valeu-lhe já por 8 vezes a nomeação, ao Prémio ALMA (Astrid Lindgren Memorial Award), o maior prêmio internacional de literatura infanto-juvenil e promoção da leitura. O que o projeto envolve: 4 municípios - Agudo, Dona Francisca, São João do Polesine e Faxinal do Soturno, situados na Quarta Colônia de Imigração Italiana; e 25 escolas, sendo 12 em Agudo, 3 escolas em Dona Francisca, 5 escolas em São João do Polêsine e 06 escolas em Faxinal do Soturno (sendo 3 municipais e 3 estaduais). Em cada município também é convidada a participar a APAE. É importante salientar que são pequenos municípios e que boa parte da comunidade se localiza em área rural, assim como as escolas. Objeto principal do projeto: Mala de Leitura: é um método diferenciado de incentivo à leitura e formação de novos leitores, por meio de bibliotecas itinerantes. São no mínimo 25 Malas com 35 livros em cada uma, totalizando aproximadamente 900 livros diferentes, nenhuma Mala é igual a outra. As Malas fazem um rodizio entre as escolas de cada município. Essa itinerância da Mala permite que poucos livros sejam lidos por muitas pessoas, num tempo menor e com um custo muito baixo. A Mala de Leitura fica em torno de 35 a 40 dias em cada escola, quando termina esse período se faz o giro das Malas e uma nova biblioteca itinerante chega para ficar por mais um período. Ao todo, a intenção é que 4 a 6 grupos de Malas passem por cada escola participante, de acordo com as escolas de cada município, oportunizando às crianças a leitura de uma quantidade excelente de livros durante a vigência do projeto. Além dos livros em português do Brasil, uma Mala especial passará por todas as escolas, com um acervo de Portugal, oportunizando um intercâmbio de leituras entre os dois principais países da Comunidade de Língua Portuguesa. Para a Mala de Leitura das APAEs, caso queiram participar do projeto, é selecionado um acervo especial e inclusivo, com o apoio da Fundação Dorina e da curadoria do Promotor de Leituras e Coordenador da Mala de Leitura Mauricio Leite. É importante salientar que o ACERVO das malas recebe uma curadoria especial, são obras premiadas e listadas nos principais acervos bibliográficos de literatura Infantojuvenil como Cátedra UNESCO de Leitura, Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil – FNLIJ, Prêmios Nacionais e Internacionais. Cada livro que entra no acervo foi lido e avaliado, pensado com seriedade para integrar um acervo tão importante. A Mala de Leitura possui livros com mais textos, menos textos, poesias, ilustrações, são diferentes obras para atender a um público tão especial que são as crianças e adolescentes. Cada Mala possui também livros de leitura acessível, em Braile e LIBRAS. As atividades literárias: - 4 Formações de Mediadores de Leitura, sendo 1 em cada município envolvido, com pelo menos 8 horas de carga horária. Os encontros envolvem a formação dos mediadores, que são os professores das escolas participantes e a comunidade escolar. A Formação é ministrada pelo Promotor de Leituras Mauricio Leite. As Formações de Mediadores de Leitura são as capacitações realizadas pelo Promotor de Leitura Maurício Leite, que envolve a sua experiência de mais de 40 anos na formação de novos leitores. A formação de mediadores vai além do público docente, por meio das escolas, são convidados os pais e familiares a participarem de algumas atividades. Entendendo que a leitura não pode ser somente na escola. O encontro com a leitura, em especial a literária, muitas vezes, só é possível por intermédio de um mediador, para mencionar as primeiras pessoas a “incentivar” o outro a ler. Os mediadores sociais institucionais (escola, biblioteca, família, livrarias etc.), assim como os pessoais (pai, mãe, irmão, tio, vizinho, amigo, professor etc.), são pontes para o desenvolvimento do chamado “gosto” pela leitura, em especial pela leitura literária, em qualquer fase da trajetória de leitura do indivíduo. Etimologicamente a palavra “mediador” deriva do latim mediator. O termo “mediador”, então, origina-se de mediari, que significa intervir, colocar-se em duas partes, de medius. Esse termo, entretanto, recobre conceitos diversos a depender do campo de conhecimento. Tratando-se de leitura, o mediador é aquele que medeia, intervém, aproxima o leitor do texto. Em outras palavras, o promotor da relação leitor – objeto – leitura. Também, aquele que pode causar na criança o desejo pela colheita produtiva dos sentidos dos textos, descortinar o horizonte do leitor e ajudá-lo a “olhar” a “imensidão do mar” (GALEANO, 2002) de sensações e significados advindos da linguagem, especialmente a literária. “O mediador na fase da infância não é para os textos apenas, mas para seu contexto histórico concreto. Trata-se de estimular uma inteligência sensível, questionadora. A arte não mata a ciência, as sensibilidades não descartam as habilidades: a leitura do mundo vai e volta à palavra sem que o dicionário dê conta das experiências todas em seu verbete. .... Não há mediador que antes não seja leitor experiente, nem mesmo diante de crianças que pela primeira vez tomam um livro nas mãos e na delícia de descobrirem as imagens, já interpelam o mundo. Por isso, a seriedade da mediação: se não leu antes, atentamente, o conto de cinco páginas Chapeuzinho Vermelho, do Perrault, como Fita verde no Cabelo, de Rosa, poderá fazer sentido, com suas duas páginas? O mediador em exercício realiza sua formação continuada, enquanto lê-com, não apenas porque lê-para. Sua experiência, por fim, não o torna presunçoso de seu conhecimento, que sabe o que o outro teve menos chance de aprender, mas se reconhece a caminho, aprendiz permanentemente, enquanto vida houver, enquanto literatura e arte encontrarem novos suportes e novas expressões”. (Eliana Yunes – Cátedra UNESCO de Leitura). - Feiras de Leitura – cada município organiza um evento especial com atividades de leitura: piquenique de leitura; leituras compartilhadas em espaços da comunidade como restaurantes, comércio, repartições públicas, rádios da comunidade. Os protagonistas das ações são os alunos das escolas participantes. - Intercâmbio Cultural – uma Mala de Leitura especial percorre as escolas participantes, com um acervo literário em português de Portugal. Da mesma forma, em Portugal, nos municípios de Mértola e Sertã, uma Mala com acervo literário em português do Brasil percorre as escolas. Ao longo do período do projeto são organizados encontros virtuais entre as crianças das escolas para compartilhar leituras e culturas. Serão organizados tantos encontros quantos forem necessários para que todas as escolas participem. - Encontro da Mala de Leitura da Sertã - Propõe a participação de uma mesa redonda com a apresentação do projeto – atividades, municípios e escolas participantes, números, depoimentos e relatos – na Maratona de Leitura da Sertã, em Portugal, em junho de 2025. A Maratona é um evento que acontece há mais de 10 anos, em 3 dias e reúne mais de 50 atividades literárias. Envolve convidados como André Neves, Roger Mello, Mia Couto, Eduardo Agualusa entre outros escritores e leitores conhecidos e reconhecidos de diferentes países. Levar a experiência de um projeto que está dentro das escolas, incentivando a leitura e formando seja tratada com a devida importância na formação das crianças e adolescentes. Salientamos aqui que Portugal é um país que desde 2006 possui Plano Nacional de Leitura, que contempla um planejamento estratégico em todo o território e tem revisão a cada 10 anos. Este intercâmbio é importante para o compartilhamento de experiências e resultados. Encontro de Mediadores de Leitura, aberto à professores e a comunidade de todos os municípios da região em uma programação especial – realização em abril de 2025, lembrando o Dia Internacional do Livro Infantil e Juvenil 4 dias de evento na localidade de Vale Vêneto, município de São João do Polesine: Dia 02/04 – Abertura com Regina e Enio Guerra; Mesa de abertura com convidados especiais e municípios envolvidos; Palestra com Cátedra UNESCO de Leitura e Ana Sofia Marçal. Dia 03/04 – Oficina e Palestras manhã e tarde. Dia 04/04 – Apresentação Regina e Enio Guerra e Palestra com Marcos Petry. Dia 05/04 – Espetáculo Pé de Pilão 1 - Abertura com a coordenação literária do projeto, representante da Cátedra UNESCO de Leitura, representante de cada município envolvido e um representante do Estado RS. Apresentação Musical com Enio Guerra e Regina Guerra – Pai e filha abrem o evento com músicas e história. Enio Guerra é natural de Silveira Martins, na Quarta Colônia, músico desde criança, foi por muitos anos o Maestro da Orquestra Sinfônica de Santa Maria. Regina Guerra é Violinista, formada pela UFSM e integrante da Orquestra Sinfônica de Santa Maria. 2 - Palestra com a Cátedra UNESCO de Leitura e Ana Sofia Marçal, da Maratona de Leitura de Sertã – LEITURAS E EXPERIÊNCIAS DENTRO E FORA DO PAÍS. Ana Sofia é Licenciada em Matemática e Ciências da Natureza (ensino de) pela Escola Superior de Educação de Lisboa e Especializada em Ciências Documentais, variante de Biblioteca e Documentação, pelo Instituto Superior de Línguas e Administração de Lisboa. Exerce funções como Técnica Superior de Biblioteca e Documentação, na Câmara Municipal da Sertã, sendo responsável pela coordenação dos serviços da Biblioteca Municipal Padre Manuel Antunes. Coordena, desde maio de 2017, a Rede de Bibliotecas Públicas Municipais da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo. Coordenadora da Maratona de Leitura de Sertã. Fundada em 2012, a Cátedra UNESCO de Leitura foi a primeira do Brasil e a segunda no mundo. Sediada na PUC do Rio de Janeiro, é um centro especializado em pesquisa, ensino e extensão sobre leitura e formação do leitor. Suas atividades se desenvolvem em 5 eixos: BLIJ – Biblioteca de Leitura e Literatura Infantil e Juvenil, ELO – Estação de Leitura On-line, RELER – Rede de Estudos Avançados em leitura, Políticas de Leitura – Grupo Interdisciplinar para assessoramento de atividades públicas, e Práticas Leitoras – Estratégias e Metodologia para fomentar a leitura em seus diferentes suportes. 3 - Palestra com Cristiane Salles – FORMANDO CRIANÇAS LEITORAS. Cristiane é professora de línguas e literatura, pesquisadora de literatura infantil e juvenil, é pós-graduada em Literatura pela Universidade de Brasília. Foi proprietária da Livrim - Livraria Especializada em livros infantis e juvenis; coordenou a Seção de Bibliotecas Escolares e Comunitárias e foi Gerente do Livro e da Leitura na Secretaria de Estado de Educação do DF - SEEDF. Foi membro do PROLER e do PROLEITURA, coordenou e selecionou acervos dos Projetos Leitor e Criador, Mala de Leituras e Passaporte de Leitura entre outros. Foi jurada do Prêmio Brasília de Literatura, das duas edições do Prêmio Literário da Bienal Brasil do Livro e da Leitura e é jurada do Prêmio de Literatura do SESC-DF. Atualmente é professora-formadora da Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação - EAPE da SEEDF e Leitora - votante da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil - FNLIJ. Tem experiência na área de Formação de professores, com ênfase em Língua Portuguesa, atuando principalmente nos seguintes temas: literatura infantil e juvenil, formação de leitores. 4 - Oficina de Mediação de Leitura Inclusiva com a Fundação Dorina Nowill – a fim de sensibilizar sobre a importância da leitura inclusiva, possibilitando aos participantes explicitar suas percepções sobre a diversidade do público leitor e experimentarem o acervo inclusivo, através do contato com livros em formato acessível. 5 - Palestra especial com Marcos Petry – o autismo na visão de um autista traz a singularidade no aprender de cada autista. Marcos compartilha maneiras concretas e objetivas de trabalhar os conteúdos da escola, partindo de um olhar mais impactante e empático para os comportamentos característicos do TEA, utilizando-os como uma via de absorver e fazer sentido de um mundo que nem sempre está de braços abertos para alguém no espectro do Autismo. O palestrante aborda de forma simples e prática, de que maneira o autista navega por este mundo: de que maneira ele, sente. Organiza os pensamentos. Se comunica! Desta forma contribuindo para a melhor aceitação de sujeitos neurodiversos. Marcos Petry é escritor, palestrante, músico e produtor no canal Diário de um Autista. 6 - Espetáculo Opereta Pé de Pilão, adaptação da obra homônima de Mário Quintana. Pé de Pilão tem uma longa história que começa com o livro, lançado em 1975, a adaptação para o teatro, em 2006. Décadas que, além de marcarem gerações através de histórias lúdicas, também angariaram prêmios de nível nacional à obra. A obra conta a história de um menino que virou pato e tenta localizar sua avó perdida, que foi enfeitiçada por uma fada mascarada. Lançado em forma de poesias, Pé de Pilão desafia a imaginação de crianças e adultos. “Como disse Carlos Drummond de Andrade, que prefaciou o livro: essa é uma pequena obra prima, pois consegue contar uma história de forma não-linear e ao mesmo tempo faz com que as crianças possam entender perfeitamente”, comenta Cláudio Levitan, músico responsável pela adaptação da obra literária à música, em 1986, e ao teatro, 20 anos depois. As músicas são Cláudio Levittan, de Nico Nicolaiewsky e Vitor Ramil. Pé de Pilão rodou o Rio Grande do Sul e foi adaptada para um circuito em São Paulo. O espetáculo foi indicado a vários prêmios, tendo recebido o PrêmioTibicuera de melhor trilha sonora para Teatro Infantil em 2006. Também foi selecionado e ganhou o prêmio Rumos Itaú Cultural em 2011/2012. As premiações refletem a conquista transgeracional que Mário Quintana – e que Levitan, através das adaptações – transmite ao público.

   
Valor aprovado: R$ 225.440,00  Vigência da captação: 31/12/2024  
   
Valor captado: R$ 0,00  
Valor liberado: R$ 0,00  
Valor autorizado para execução: R$ 225.440,00  
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