Etapa final da cobertura: Restauração da Catedral Metropolitana São Francisco de Paula - 2025

Processo: 24/1100-0001876-1 | Data de entrada: 01/09/2024 | Situação atual: Projeto em diligência
Produtor cultural: Perene Patrimônio Histórico e Restaurações Eireli

Área/Segmento cultural: PATRIMONIO CULTURAL MATERIAL

Local de realização: PELOTAS

Página na Internet: https://www.instagram.com/catedraldepelotas/

Identificação:

Este projeto tem como propósito restaurar a nave lateral norte da cobertura da Catedral Metropolitana São Francisco de Paula, em Pelotas, concluir a obra de restauração do assoalho, atualizar o cadastro e o diagnóstico do projeto de restauração realizado em 2009, elaborar o projeto de acessibilidade arquitetônica do Salão Paroquial, bem como criar conexão com a comunidade por meio de realização de ações de Educação Patrimonial e de eventos culturais. A iniciativa busca finalizar a obra de restauração da cobertura da Catedral, preservando o valor da edificação como patrimônio histórico, artístico e cultural. As obras de restauração da cobertura são de extrema urgência para eliminar infiltrações e goteiras, evitando a degradação do madeiramento do telhado, causada pela ação dos cupins e pelo acúmulo de fezes de morcegos. Essas intervenções são fundamentais também para a salvaguarda do forro de estuque, que serve de suporte para as belíssimas pinturas murais que ornamentam o teto da edificação. Este novo projeto se concentra na execução da restauração da cobertura da nave lateral norte e completa o ciclo iniciado com a fase anterior da restauração, visando a conclusão total da cobertura da Catedral. A intervenção no assoalho, denominada 'Caminhos da Fé', é uma ação que se encontra em andamento liderada pela Comissão de Restauro da Catedral com o objetivo de arrecadar recursos para subsidiar a restauração do assoalho de madeira das naves central e laterais da igreja. A obra foi iniciada com recursos próprios mas, no momento, se encontra paralisada em virtude da falta de fundos para a continuidade dos trabalhos. Elencamos também nesta etapa a revisão, atualização e complementação do projeto de restauração elaborado em 2009. Este projeto de restauração é o documento fundamental para o estabelecimento das diretrizes e critérios de intervenção no prédio e é subsídio para a realização de todas as etapas de obra de restauração já realizadas na Catedral. Após 15 anos desde sua elaboração, o projeto de restauração necessita de uma atualização. Isso inclui a identificação das etapas já concluídas, o levantamento e registro dos serviços executados, a quantificação das etapas restantes e a realização de um novo diagnóstico com o mapeamento das manifestações patológicas. Além disso, será elaborado o projeto de acessibilidade arquitetônica para o Salão Paroquial, localizado no segundo pavimento, junto à fachada posterior da Catedral. A proposta prevê a criação de um novo espaço de acesso à secretaria, com recepção, banheiros adaptados para pessoas portadoras de necessidades especiais, área de serviço, circulação vertical e plataforma elevatória. Neste serviço estão inclusos os projetos arquitetônicos e complementares, memorial descritivo, orçamento e cronograma físico-financeiro, taxas, aprovações, cópias e plotagens. Esses passos são essenciais para a elaboração de orçamentos atualizados e para um planejamento preciso das intervenções necessárias para a preservação integral da Catedral de Pelotas. A Catedral Metropolitana de Pelotas é um referencial urbano na cidade e considerada o marco zero, pois sua história tem início junto à fundação de Pelotas, há 212 anos. A importância cultural da Catedral é evidenciada pelo seu tombamento pelo IPHAE (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado), em 2011. A edificação também faz parte do conjunto arquitetônico tombado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), em 2018. O processo de restauração da Catedral tem sido feito de forma ininterrupta há mais de 20 anos, sob a coordenação da Comissão de Restauro, composta pelo Pároco e membros da comunidade, com a finalidade de proteger e restaurar o patrimônio histórico, artístico, cultural e religioso. Em 2009, o projeto de restauração total da edificação foi elaborado pela equipe e aprovado pelos órgãos competentes. O plano detalha e especifica todas as ações, obras e serviços necessários para a preservação deste patrimônio. Em virtude da grandiosidade da edificação e da complexidade dos serviços a serem executados, as obras de preservação foram divididas em etapas distintas, baseadas nas premissas estabelecidas no projeto de restauração aprovado. Estas etapas vêm sendo realizadas por meio de diferentes fontes de recursos financeiros: leis de incentivo à cultura (LIC e Rouanet), emendas parlamentares, doações da comunidade e recursos próprios da Catedral. Entre as etapas de preservação já realizadas estão: a revitalização da Praça José Bonifácio localizada em frente à Catedral (em 2006, com recursos da comunidade); elaboração do projeto de restauração (em 2009, com Lei Rouanet); execução da obra de restauração do Salão Paroquial (em 2012, com patrocínio direto); execução da obra de restauração do terraço frontal (em 2015, com recursos próprios da Catedral); realização do projeto “Janelas da Alma”, o qual contemplou a restauração das janelas em madeira do Salão Paroquial São José (em 2016, com recursos via LIC); limpeza controlada das fachadas de cimento penteado que estavam pichadas e inauguração do Memorial Torre Norte (em 2017, com recursos da comunidade), realização do projeto “Portas da História”, o qual visou à restauração das portas da Catedral (em 2018, com recursos via LIC); realização da campanha “Abrace uma Coluna”, que contemplou a restauração das 14 colunas internas do templo (em 2021, com recursos da comunidade); execução da obra de restauração da Torre Sul (em 2021, com recursos via LIC); execução da obra de restauração parcial da Torre Norte (em 2023, com recursos de emenda parlamentar). Em maio de 2023 foi concluída a etapa de restauração da cobertura da Nave Central, realizada com financiamento via Lei de Incentivo à Cultura do Estado (LIC/RS). No projeto atual, além da execução das obras de restauração, continuamos com o propósito de aumentar o sentimento de pertencimento entre a comunidade e este bem histórico por meio de ações de educação patrimonial, visitas mediadas e encontros culturais. Com uma abordagem holística e interdisciplinar, buscamos preservar o patrimônio cultural de forma abrangente, contando com o trabalho de equipes experientes em diferentes frentes. Durante a realização de todos os projetos, o aprimoramento contínuo da comunicação foi fundamental para aproximar o público das iniciativas de preservação da Catedral. Por meio das redes sociais transmitimos informações históricas e conhecimentos técnicos de forma didática e acessível a diversos públicos. Utilizando pequenos vídeos, apresentamos conteúdos variados, como o 'Diário de Obras' e conteúdo sobre as antigas técnicas construtivas, envolvendo o público no cotidiano das atividades de restauração. O impacto dessa prática pode ser observado na conta do Instagram @catedraldepelotas. Nos relatórios das redes sociais e da assessoria de imprensa, é possível verificar o alcance e os resultados da divulgação realizada na última etapa. A Catedral Metropolitana São Francisco de Paula, um símbolo de referência cultural para a cidade de Pelotas e sua região, teve sua história iniciada em 1813 com a construção de uma capela, logo após a criação da Freguesia de São Francisco de Paula. No entanto, um raio destruiu a capela pouco tempo depois. Em 1826, foi erguido um templo de maior porte em seu lugar. A Diocese de Pelotas foi criada pela Bula Papal datada de 15 de agosto de 1910, assinada pelo papa Pio X. Para sediá-la, foi erguida a Casa Episcopal, adjacente à Igreja Matriz. A Igreja então passou a ser Catedral da nova Diocese. Uma intervenção considerável ocorreu entre os anos 1915 e 1919, consistindo de obras no interior do templo e construção de um anexo, ao fundo. A Catedral São Francisco de Paula conservava o aspecto imponente de seu frontispício, com duas grandes torres sineiras, porém com acanhado e desproporcional corpo principal. A primeira grande reforma da Catedral São Francisco de Paula ocorreu no início da década de 1930, sob o projeto do frei franciscano Niceto Peters. Esta intervenção preservou a frontaria da catedral, incluindo suas torres, ao mesmo tempo em que ajustou a proporção do corpo principal da edificação. Para alcançar esse objetivo, o antigo corpo foi demolido e a capacidade da catedral foi aumentada. Foi realizada a edificação da cúpula-mor, cripta, sacristia, novo presbitério, além de outro volume, atrás do templo para sediar o novo salão paroquial São José. O cimento penteado, textura do acabamento externo, também remonta a esta reforma, inaugurada em março de 1950. No natal do mesmo ano foi inaugurada a decoração interna, com pinturas dos artistas italianos Aldo Locatelli, pintura figurativa, e Emílio Sessa, pintura decorativa, naturais de Bérgamo e contratados pessoalmente por Zattera. Também foi encomendado ao escultor Adolfo Gardoni – conterrâneo dos pintores - um altar-mor, esculpido em quinze tipos de mármore, inaugurado em agosto de 1951. As ações de conservação propostas nesta etapa visam à preservação da autenticidade e originalidade dos materiais e dos processos construtivos. Para isso, as obras e os serviços de restauração serão realizados com base no conhecimento histórico e técnico estabelecido por profissionais especializados e pelas instituições de proteção do patrimônio. Ainda neste projeto, paralelamente à execução da obra, serão desenvolvidas atividades de Educação Patrimonial de acordo com a Instrução Normativa nº 001 de 2015 do IPHAN e mais recentemente a Portaria do nº 137 de 28 de abril de 2016 do mesmo Instituto, a qual estabelece diretrizes para este tema no âmbito do IPHAN e das Casas do Patrimônio. Também estão previstas no projeto a realização de dois eventos com enfoque na temática da preservação: o Dia do Patrimônio (alinhado com as atividades propostas em nível municipal e estadual) e a Semana Cultural da Catedral (evento próprio, de caráter educativo com uma programação voltada para a comunidade em geral).