PRÓ-CULTURA - Sistema Unificado

Legislação

Parecer do Conselho Estadual de Cultura

Arde Rock � Ga�chos pelo Brasil

Protocolo SPI: 0

Parecer aprovado - Conselheiro Alexandre Silva Brito

Processo nº 00000/2020

Parecer nº 303/2020 CEC/RS

O projeto “ARDE ROCK – GAÚCHOS PELO BRASIL 1ª EDIÇÃO” não é recomendado para financiamento pela LIC-RS.

1. Diante das informações apresentadas, após realizada a análise pela equipe técnica do Pró-Cultura RS e atendidas as diligências solicitadas pelo SAT, o projeto cultural é habilitado e encaminhado para avaliação do Conselho Estadual de Cultura – CEC.

A Produtora Cultural é Simone Gisela Sattes Oliveira, CEPC: 6885, do Município de Santa Maria. Simone Gisela Sattes Oliveira é também Responsável Legal e Coordenadora Geral do projeto. O evento não está vinculado à data fixa. Área do Projeto: MÚSICA. Locais de realização são: Brasília - DF, Passos - MG, Laguna - SC, Pato Branco - PR, Santa Maria - RS. O contador responsável é Everton Luis Miralha Massia, CRC: 054615/0-1

O projeto

O projeto visa levar para diferentes estados do Brasil o nosso rock gaúcho. Serão cinco shows presenciais e cinco lives em ambiente virtual no período entre junho e dezembro de 2021. O show presencial da banda Arde Rock ocorrerá em diversos estados do Brasil em eventos de motogrupos & motoclubes. Estes serão reproduzidos através de lives a experiência de cada show. Os shows presenciais levarão ao público presente o som autoral da banda Arde Rock, como alguns clássicos do rock também. As apresentações desse projeto terão entrada franca e ocorrerão nos maiores encontros de motos do Brasil, grandes vitrines para bandas que buscam se destacar no mercado nacional.

As Lives em ambiente virtual irão acontecer sempre nas terças-feiras às 20h00, três semanas depois de cada show presencial. Em cada live a banda irá tocar as suas canções ao vivo do estúdio, intercalando com os vídeos e registros de tudo que aconteceu nos shows presenciais, trazendo detalhes, curiosidades e informações sobre cada show e cada encontro. Durante a live a banda irá interagir com os espectadores que estiverem no chat ao vivo, respondendo suas perguntas, tirando dúvidas e lendo os comentários.

Justificativa:

O rock gaúcho teve seu auge nos anos 80 e 90, sendo nessas décadas em que surgiram muitas bandas que fizeram sucesso aqui no Rio Grande do Sul e por todo Brasil, algumas inclusive conseguiram fazer carreira internacional e estão na ativa até hoje. Diversas bandas lançaram seus discos e ganharam execução radiofônica Brasil afora, emplacando sucessos que fizeram parte de trilhas sonoras de algumas novelas. De lá para cá, muito mudou: quase 40 anos se passaram e hoje o cenário é muito diferente.

Uma busca rápida no Google pelas músicas mais tocadas irá demonstrar que o rock gaúcho sequer aparece nessa seleção. Raras exceções ganham destaque nas rádios webs e rádios independentes onde destacamos o som autoral da Arde Rock, a qual vem ganhando audiência e a atenção de ouvintes que encontram nas letras da banda mensagens positivas de superação e resiliência, além de melodias bem trabalhadas.

Em um ano difícil e jamais vivenciado por gerações, com uma inimiga invisível chamada COVID-19, que fez muitos perderem suas vidas e outros perderem sua fonte de renda, fomos compelidos a refletir e pensar. (...) A diferenciação desse projeto se dá pela união dos mundos, do novo com o velho, eventos presenciais e eventos digitais para conectar as pessoas, e garantir que o maior número de pessoas possam acessar e conhecer o rock gaúcho e o nosso rock, o rock da banda Arde Rock.

O rock gaúcho tem as suas raízes já nos anos 60, mas, nos anos 70, a partir do Bixo da Seda, surgiu uma geração de bandas com uma pegada bastante particular que acabou por cunhar o termo “Rock Gaúcho”. Taranatiriça, Bandaliera, Expresso do Oriente, Replicantes, TNT, DeFalla, Os Cascavelletes, Graforréia Xilarmônica, Garotos da Rua, Engenheiros do Havaí, uma infinidade de bandas e artistas marcaram os anos 70, 80 e 90. Já no século XXI, com as novas mídias, os novos suportes digitais e a crise do mercado fonográfico, houve uma mudança drástica de paradigma.

Este espírito e esta pegada são visíveis no seu trabalho autoral. É uma banda tributária da tradição do rock produzido no Rio Grande do Sul, mas traz também influências outras, - do rock internacional - tanto no timbre da guitarra como na performance em palco. A combinação destes elementos dão à Arde Rock a sua originalidade e, dessa forma, legitimam a sua ambição de buscar horizontes além de Mampituba.

Ocorre que mesmo contendo justificativas plausíveis do ponto de vista econômico, o projeto não envolve de forma significativa os profissionais da cadeia produtiva da cultura. Além disso, peca por esta falta de capilaridade. Parte dos recursos estão voltados para despesas de passagens, hospedagem e alimentação. Os recursos também se concentram excessivamente no cachê dos músicos, especialmente no do líder da banda, que aufere um montante de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil e quinhentos reais).

Dimensão Cidadã

A projeção de um artista, de um grupo ou de uma banda no cenário nacional é algo desejável, sobretudo por levar consigo a imagem emblemática do nosso Estado. Os eventos elencados pelo proponente, que comporiam a turnê da banda, sem sombra de dúvida são eventos de magnitude considerável. Porém, quando se analisa a relação custo/benefício quanto aos recursos oriundos da LIC, é necessário que haja um equilíbrio nessa balança, um sentido social e distributivo tem de estar presente na equação.

3. Em conclusão, o projeto “Arde Rock - Gaúchos pelo Brasil 1ª Edição” não é recomendado para financiamento público.

Porto Alegre, 14 de dezembro de 2020.

Alexandre Silva Brito

Ata de vota��o

Informe:

O prazo para recurso somente começará a fluir após a publicação no Diário Oficial.

O Presidente, nos termos do Regimento Interno, somente votará em caso de empate.

Sessão das 13h30min do dia 16 de dezembro de 2020.

Presentes: 24 Conselheiros.

Acompanharam o Relator os Conselheiros: Aline Rosa, Léo Francisco Ribeiro de Souza, Elma Nunes Sant’Ana, Daniela Giovana Corso, Sandra Helena Figueiredo Maciel, Liliana Cardoso Rodrigues dos Santos Duarte, Nicolas Beidacki, Lucas Frota Strey, Rodrigo Adonis Barbieri, Luciano Gomes Peixoto, Luiz Carlos Sadowski da Silva, Luis Antônio Martins Pereira, Mario Augusto da Rosa Dutra e Rafael Pavan dos Passos.

Não Acompanharam o Relator os Conselheiros: Alice Inês Lorenzi Urbim, José Francisco Alves de Almeida, Vinicius Vieira de Souza e Vitor André Rolim de Mesquita.

Abstenções: Cristiano Laerton Goldschmidt, Michele Bicca Rolim e Paulo Leônidas Fernandes de Barros.

Ausentes na Momento da Votação: Benhur Bertolotto.

José Airton Machado Ortiz

Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul
Departamento de Fomento
Centro Administrativo do Estado: Av. Borges de Medeiros 1501, 10º andar - PORTO ALEGRE - RS

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Protocolo SPI: 0

Parecer aprovado - Conselheiro Alexandre Silva Brito

Ata de vota��o